A experiência da morte é um assunto complexo e muitas vezes difícil de abordar, pois envolve aspectos pessoais, espirituais e culturais. A morte, apesar de ser uma certeza inegável, continua sendo um dos maiores mistérios para a humanidade.
De um lado, há interpretações culturais, religiosas e filosóficas sobre o que pode existir após a morte. Do outro, a ciência busca explicar o breve momento entre a vida e a morte.
A morte sob o ponto de vista neurológico
No aspecto neurológico, a morte ocorre quando o sistema nervoso central deixa de funcionar permanentemente. Os mecanismos desencadeados no organismo podem variar dependendo da maneira como ocorre a morte de cada indivíduo.
Por exemplo, em mortes lentas, como em casos de falência múltipla de órgãos, o corpo tende a priorizar órgãos vitais como o cérebro, o coração e os rins.
Quando um paciente morre por causas não neurológicas, há uma perda gradual da regulação da pressão arterial nos vasos sanguíneos da cabeça, resultando na redução do fornecimento de oxigênio e glicose para os neurônios. Isso leva à morte celular por hipóxia, ou falta de oxigênio, e à isquemia das células neuronais.
Após a morte neuronal, os órgãos do corpo podem continuar funcionando artificialmente com o uso de medicamentos e suporte de aparelhos de ventilação mecânica.
Esse estado é conhecido como morte encefálica, onde o paciente perde a consciência e deixa de existir como pessoa, mas seus órgãos fora do sistema nervoso podem continuar funcionando.
A morte celular ocorre de maneira progressiva, e a ordem desse processo depende da causa da morte. Células epiteliais da córnea, por exemplo, podem permanecer viáveis por até 6 horas após a morte, tornando-as adequadas para transplantes. Outros órgãos podem se manter viáveis por algumas horas ou dias, dependendo do tipo de cuidado e armazenamento.
O que podemos sentir no momento da morte?
Em relação ao que podemos sentir no momento da morte, estudos têm mostrado diferentes experiências relatadas por pacientes que sobreviveram a paradas cardíacas. Alguns descrevem sensações de medo intenso, enquanto outros relatam fenômenos compatíveis com experiências de quase morte.
Experiências de quase morte são caracterizadas por uma redução do fluxo sanguíneo cerebral, afetando principalmente o lobo parietal do cérebro.
Durante esse período, algumas pessoas relatam sensações de túnel de luz, bem-estar e conexão emocional, associadas à liberação de neurotransmissores como noradrenalina, opioides endógenos e dopamina.
Essas experiências podem ser influenciadas por fatores como a queda de pressão nos vasos sanguíneos da retina e a ativação de regiões cerebrais durante situações de grande estresse físico.
Embora existam explicações neuroquímicas para muitos desses fenômenos, a morte continua sendo um mistério profundo e pessoal para cada indivíduo.
Em suma…
A experiência da morte é um assunto complexo e muitas vezes difícil de abordar, pois envolve aspectos pessoais, espirituais e culturais. Do ponto de vista científico, não há uma resposta definitiva sobre o que uma pessoa sente no momento exato da morte, principalmente porque isso varia de acordo com as circunstâncias e o estado de saúde da pessoa.
No entanto, existem algumas observações e teorias que os cientistas têm sobre o processo de morte. Por exemplo, durante uma morte natural, o corpo passa por uma série de mudanças físicas e químicas.
À medida que os órgãos param de funcionar, pode ocorrer uma diminuição do fluxo sanguíneo para o cérebro, o que pode levar à perda da consciência e, eventualmente, à morte cerebral. Durante esse processo, algumas pessoas podem experimentar uma redução na percepção sensorial, uma sensação de calma ou até mesmo alucinações.
Além disso, algumas pesquisas sugerem que o cérebro pode liberar uma série de substâncias químicas, como endorfinas e outros neurotransmissores, durante momentos de estresse extremo, como no momento da morte. Essas substâncias podem ter efeitos analgésicos e sedativos, o que pode contribuir para uma sensação de tranquilidade ou até mesmo euforia em alguns casos.
No entanto, é importante ressaltar que essas são apenas teorias e observações científicas, e a experiência da morte continua sendo um mistério profundo e pessoal. Muitas culturas e tradições espirituais têm suas próprias crenças e interpretações sobre o que acontece após a morte, e essas perspectivas podem variar amplamente de pessoa para pessoa.
Imagem destaque – Créditos: Freepik
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